segunda-feira, 15 de junho de 2009

Santuário das Graças, Florânia/RN



Malas prontas, fim de semana no Seridó, aí fomos nós!

As três Terezas são filhas dessa região abençoada, rica de todas as maneiras que se possa imanigar. Orgulho nós temos de sobra de termos nascido e nos criado aqui.

Mas o que nós nem imaginávamos era que o fim da viagem terminaria em um lugar tão especial, o Santuário das Graças, o qual eu, Tereza La, nem sabia que existia. Fiquei impressionada com a beleza e a energia maravilhosa que esse lugar me transmitiu. Só indo lá mesmo pra saber.





Curiosa, cheguei em Natal e a primeira coisa que fiz foi pesquisar sobre o dito e aqui está a história dele contada pelo do Padre João Medeiros Filho para o www.jornaldehoje.com.br:

Na década de quarenta, era voz corrente, em Florânia, que no cume de um monte, aos pés de uma imburana, fora exumado um corpo intacto de uma menina, considerada santa por muitos. Segundo o imaginário popular, "o corpo santo", durante o dia, era levado pelo vigário para a casa paroquial e milagrosamente, à noite, fugia para o monte, ficando debaixo da imburana. Esta veio a secar. Os romeiros arrancavam-lhe folhas e galhos para chás, pois a consideravam miraculosa. Segundo a lenda, esse corpo teria sido desenterrado, por volta de 1946. A menina, de acordo com alguns, teria falecido de fome e sede nos tempos de intensa seca. Segundo outros, morrera, em tenra idade, em conseqüência de maus tratos causados por sua madrasta. Uma terceira opinião relata que a menina foi martirizada por não ter permitido ser estuprada pelo padrasto.

Em 1947, Frei Otávio Silvestri OFMCap (1908-1995) veio pregar missões em Florânia e deparou-se com os fatos. Numa tentativa de acabar com a lenda, propôs ao bispo de Caicó a construção de uma capela dedicada a Nossa Senhora Menina. O frade conseguiu uma imagem da Virgem e colocaram-na em um nicho, ao lado da imburana. Tal imagem ajudou a alimentar ainda mais a lenda e a crença de muitos sobre a existência da suposta "santa menina". Por isso, sua permanência no santuário não durou muito. Foi retirada e guardada, durante quase 50 anos, na casa paroquial de Florânia.

Entre outros motivos que ocasionaram a mudança da padroeira do santuário do monte para Nossa Senhora das Graças, existe um de grande importância. No Rio de Janeiro, Dom Carlos Duarte (1888-1961), conhecido como "Bispo de Maura", rompeu com a Igreja Católica Apostólica Romana, fundando a Igreja Católica Brasileira (ICAB). A padroeira principal dessa igreja separada é Nossa Senhora Menina, uma devoção do bispo cismático. Para confundir ainda mais os paroquianos, por volta de 1948, foi erigida, em Assu, a primeira paróquia da ICAB, no Rio Grande do Norte, com o mesmo orago, tendo à frente o popular "padre" Xanduzinho (1909-1991).

Passados cinqüenta anos dos acontecimentos, o então bispo diocesano de Caicó, Dom Jaime Vieira Rocha (1947-), autorizou Padre José Dantas Cortês (1934-2001) a colocar a imagem de Nossa Senhora Menina na casa dos ex-votos, ao lado da igrejinha.

Dom José de Medeiros Delgado (1905-1988), à época, pensou em construir um santuário mariano em Florânia. Ali havia condições materiais e espirituais. A piedade do povo, a sede religiosa e mística apontavam para a construção de um santuário. Do monte, tem-se uma visão privilegiada de toda a cidade e da região circunvizinha. O santuário tornou-se um lugar de peregrinações e centro de treinamento pastoral, construído graças aos esforços do inesquecível Padre José Dantas Cortês. No seu paroquiato, pavimentou com o apoio dos fiéis e amigos, a estrada que dá acesso à capela, ornando-a de uma via-sacra rústica. Cada estação foi doada por famílias da região. Convém lembrar os esforços das autoridades locais e estaduais para levar água e energia elétrica para o santuário. Desse local, deve brilhar a luz divina para todo o Seridó, afirmou Dom Delgado.









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